Catastrofismo, Teoria das Revoluções ou Catástrofes é uma teoria desenvolvida pelo naturalista Georges Cuvier (1769-1832).
História
De acordo com a sua teoria, explica os diversos eventos de extinção que o naturalista constatou terem ocorrido na história de vida da Terra, através da análise de fósseis e estratos geológicos.[1] O catastrofismo defende que em seu passado, a Terra sofreu a ação de fenômenos catastróficos, principalmente inundações, que resultaram nas configurações geológicas e biológicas atuais, o que explica, por exemplo, a ocorrência de fósseis marinhos em regiões distantes da costa.
Cuvier defendia que estas catástrofes, ou como ele denominava, revoluções, atingiram determinadas regiões do globo, extinguindo a fauna e flora local, que somente podiam ser estudadas por intermédio de seus fósseis. Posteriormente, a região atingida pela catástrofe, era repovoada por organismos, que migravam das regiões não atingidas por ela. Este ciclo de extinção e repovoamento se repetiu ao longo da história da Terra.[2]
A ideia inicial de Georges Cuvier, sofreu alterações ao longo do tempo, sendo expandida para catástrofes de ação global, as quais resultavam na extinção de toda a fauna e flora da Terra. Segundo os defensores desta vertente do catastrofismo, após a extinção de toda a fauna e flora global, os organismos sobreviventes descenderam e se especiaram em variadas formas adaptadas aos diversos climas que passaram a existir na terra, onde os mecanismos evolutivos da deriva genética, seleção natural, epigenética, entropia genética[3][4], mutações, atuariam promovendo especiação em tempo real[5][6][7] e histórico-arqueológico[8][9], e por meio destes mecanismos evolutivos[10][11], criariam mudanças rápidas que gerariam toda a biodiversidade atual . Era a incorporação da teoria catastrofista pelo criacionismo defendido por alguns naturalistas do século XIX, que também defendiam que a última destas catástrofes havia sido o Dilúvio Bíblico, em especial William Buckland. [12].[13][14][15] Os dados levantados por paleontólogos do equilíbrio pontuado , como Stephen Jay Gould e Niles Eldredge , quanto a "estase morfológica[16][17]", verificada no surgimento repentino de formas, seguido de repetições de mesmas formas fósseis em estratos geológicos distintos, destacada pelos fósseis vivos, que atualmente conta com 4.229 gêneros[18], foram interpretados por alguns catastrofistas modernos, como evidência de sepultamento de população do planeta e não de amostras intercaladas por milhões de anos [19]. Estas observações se harmonizaram as descobertas de Peter Lund , onde , para sua surpresa como adepto de Cuvier, que defendia sucessão de faunas em estratos separados por diversos catastrofismos, encontrou fósseis de supostos outros períodos no mesmo estrato geológico e até de especies atuais [20]
Ainda durante o século XIX o Catastrofismo sofreu sérias críticas advindas dos defensores do Uniformitarismo.[21]
Referências
- Ir para cima↑ Faria, Felipe (2012). Georges Cuvier: do estudo dos fósseis à paleontologia, 2012 - Scientiae Studia & Editora 34. [S.l.: s.n.] ISBN 978-85-7326-487-6
- Ir para cima↑ Cuvier, Georges (1830). Discours sur les révolutions de la surface du Globe, 1830-Edmond D'ocagne. [S.l.: s.n.]
- Ir para cima↑ Burke, Molly K.; Dunham, Joseph P.; Shahrestani, Parvin; Thornton, Kevin R.; Rose, Michael R.; Long, Anthony D. (30 de setembro de 2010). «Genome-wide analysis of a long-term evolution experiment with Drosophila». Nature (em inglês). 467 (7315): 587–590. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/nature09352
- Ir para cima↑ Burke, Molly K.; Dunham, Joseph P.; Shahrestani, Parvin; Thornton, Kevin R.; Rose, Michael R.; Long, Anthony D. (30 de setembro de 2010). «Genome-wide analysis of a long-term evolution experiment with Drosophila». Nature (em inglês). 467 (7315): 587–590. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/nature09352
- Ir para cima↑ Keim, Brandon. «Birth of New Species Witnessed by Scientists». WIRED (em inglês)
- Ir para cima↑ «Speciation in real time». evolution.berkeley.edu. Consultado em 10 de agosto de 2017
- Ir para cima↑ «Speciation in Real-Time». Science 2.0 (em inglês). 27 de agosto de 2014. Consultado em 10 de agosto de 2017
- Ir para cima↑ Reichenbacher, Bettina; Sienknecht, Ulrike; Küchenhoff, Helmut; Fenske, Nora (October 2007). «Combined otolith morphology and morphometry for assessing taxonomy and diversity in fossil and extant killifish (Aphanius, Prolebias)». Journal of Morphology. 268 (10): 898–915. ISSN 0362-2525. PMID 17674357. doi:10.1002/jmor.10561 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - Ir para cima↑ Cremo, Michael (1993). «Forbidden Archeology: The Hidden History of the Human Race»
- Ir para cima↑ «Evolutionary Mechanisms». science.jrank.org (em inglês). Consultado em 10 de agosto de 2017
- Ir para cima↑ «Mechanisms: the processes of evolution». evolution.berkeley.edu. Consultado em 10 de agosto de 2017
- Ir para cima↑ «The Geological Society of London - Wollaston Medal». www.geolsoc.org.uk. Consultado em 10 de agosto de 2017
- Ir para cima↑ Faria, Frederico Felipe de Almeida (2010). Georges Cuvier e a instauração da Paleontologia como ciência (PDF). Florianópolis, SC: Tese de doutorado - UFSC
- Ir para cima↑ Rudwick, Martin (2005). Bursting the Limits of Time: The Reconstruction of Geohistory in the Age of Revolution, 2005 - The University of Chicago Press. [S.l.: s.n.] ISBN 0-226-73111-1
- Ir para cima↑ «Baraminology Quest – Exploring Created Kinds and the Creation Orchard». www.baraminology.net (em inglês). Consultado em 9 de agosto de 2017
- Ir para cima↑ Williamson, Peter G. (19 de novembro de 1981). «Morphological stasis and developmental constraint: real problems for neo-Darwinism». Nature (em inglês). 294 (5838): 214–215. doi:10.1038/294214a0
- Ir para cima↑ Davis, Charles C.; Schaefer, Hanno; Xi, Zhenxiang; Baum, David A.; Donoghue, Michael J.; Harmon, Luke J. (22 de abril de 2014). «Long-term morphological stasis maintained by a plant–pollinator mutualism». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. 111 (16): 5914–5919. ISSN 0027-8424. PMID 24706921. doi:10.1073/pnas.1403157111
- Ir para cima↑ Whitmore, John (4 de outubro de 2013). «Padrões Temporais em 'Fósseis Vivos». The Research and Scholarship Symposium
- Ir para cima↑ «Speciation in real time and historical-archaeological and its absence in geological time». academiapublishing.org. Consultado em 9 de agosto de 2017
- Ir para cima↑ Almeida, Faria, Frederico Felipe de (2008). «Peter Lund (1801-1880) e o questionamento do catastrofismo». Filosofia e historia da biologia (em inglês). 3. ISSN 1983-053X
- Ir para cima↑ O Atualismo entre uniformitaristas e catastrofistas. «O Atualismo entre uniformitaristas e catastrofistas». Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência. doi:ISSN: 2176-3275Verifique
|doi=
(ajuda). Consultado em 23 de fevereiro de 2015
{{Formatar referências|data=fevereiro de 2016}}
'''Catastrofismo''', ''Teoria das Revoluções'' ou ''Catástrofes'' é uma teoria desenvolvida pelo naturalista [[Georges Cuvier]] ([[1769]]-[[1832]]).== História ==
De acordo com a sua teoria, explica os diversos eventos de extinção que o naturalista constatou terem ocorrido na história de vida da Terra, através da análise de fósseis e estratos geológicos.<ref name="Faria">{{citar livro|autor =Faria, Felipe|título=Georges Cuvier: do estudo dos fósseis à paleontologia, 2012 - Scientiae Studia & Editora 34|data=2012|isbn=978-85-7326-487-6}}</ref> O catastrofismo defende que em seu passado, a Terra sofreu a ação de fenômenos catastróficos, principalmente inundações, que resultaram nas configurações geológicas e biológicas atuais, o que explica, por exemplo, a ocorrência de fósseis marinhos em regiões distantes da costa.Cuvier defendia que estas catástrofes, ou como ele denominava, [[revoluções]], atingiram determinadas regiões do globo, extinguindo a fauna e flora local, que somente podiam ser estudadas por intermédio de seus fósseis. Posteriormente, a região atingida pela catástrofe, era repovoada por organismos, que migravam das regiões não atingidas por ela. Este ciclo de extinção e repovoamento se repetiu ao longo da história da Terra.<ref name="Cuvier">{{citar livro|autor =Cuvier, Georges|título=Discours sur les révolutions de la surface du Globe, 1830-Edmond D'ocagne|data=1830}}</ref>
A ideia inicial de [[Georges Cuvier]], sofreu alterações ao longo do tempo, sendo expandida para catástrofes de ação global, as quais resultavam na extinção de toda a fauna e flora da Terra. Segundo os defensores desta vertente do catastrofismo, após a extinção de toda a fauna e flora global, os organismos sobreviventes descenderam e se especiaram em variadas formas adaptadas aos diversos climas que passaram a existir na terra, onde os mecanismos evolutivos da [[deriva genética]], [[seleção natural]], [[epigenética]], entropia genética<ref>{{Citar periódico|ultimo=Burke|primeiro=Molly K.|ultimo2=Dunham|primeiro2=Joseph P.|ultimo3=Shahrestani|primeiro3=Parvin|ultimo4=Thornton|primeiro4=Kevin R.|ultimo5=Rose|primeiro5=Michael R.|ultimo6=Long|primeiro6=Anthony D.|data=2010-09-30|titulo=Genome-wide analysis of a long-term evolution experiment with Drosophila|jornal=Nature|volume=467|numero=7315|paginas=587–590|issn=0028-0836|doi=10.1038/nature09352|url=http://www.nature.com/nature/journal/v467/n7315/full/nature09352.html?foxtrotcallback=true|idioma=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Burke|primeiro=Molly K.|ultimo2=Dunham|primeiro2=Joseph P.|ultimo3=Shahrestani|primeiro3=Parvin|ultimo4=Thornton|primeiro4=Kevin R.|ultimo5=Rose|primeiro5=Michael R.|ultimo6=Long|primeiro6=Anthony D.|data=2010-09-30|titulo=Genome-wide analysis of a long-term evolution experiment with Drosophila|jornal=Nature|volume=467|numero=7315|paginas=587–590|issn=0028-0836|doi=10.1038/nature09352|url=http://www.nature.com/nature/journal/v467/n7315/full/nature09352.html?foxtrotcallback=true|idioma=en}}</ref>, [[mutações]], atuariam promovendo especiação em tempo real<ref>{{Citar periódico|ultimo=Keim|primeiro=Brandon|titulo=Birth of New Species Witnessed by Scientists|jornal=WIRED|url=https://www.wired.com/2009/11/speciation-in-action/|idioma=en-US}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://evolution.berkeley.edu/evolibrary/news/100201_speciation|titulo=Speciation in real time|acessodata=2017-08-10|obra=evolution.berkeley.edu}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.science20.com/redneck_genetics/blog/speciation_realtime|titulo=Speciation in Real-Time|data=2014-08-27|acessodata=2017-08-10|obra=Science 2.0|lingua=en}}</ref> e histórico-arqueológico<ref>{{Citar periódico|ultimo=Reichenbacher|primeiro=Bettina|ultimo2=Sienknecht|primeiro2=Ulrike|ultimo3=Küchenhoff|primeiro3=Helmut|ultimo4=Fenske|primeiro4=Nora|data=October 2007|titulo=Combined otolith morphology and morphometry for assessing taxonomy and diversity in fossil and extant killifish (Aphanius, Prolebias)|jornal=Journal of Morphology|volume=268|numero=10|paginas=898–915|issn=0362-2525|pmid=17674357|doi=10.1002/jmor.10561|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17674357?dopt=Abstract}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.amazon.com/Forbidden-Archeology-Hidden-History-Human/dp/0892132949|titulo=Forbidden Archeology: The Hidden History of the Human Race|data=1993|acessodata=|publicado=|ultimo=Cremo|primeiro=Michael}}</ref>, e por meio destes mecanismos evolutivos<ref>{{Citar web|url=http://science.jrank.org/pages/2613/Evolutionary-Mechanisms.html|titulo=Evolutionary Mechanisms|acessodata=2017-08-10|obra=science.jrank.org|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://evolution.berkeley.edu/evolibrary/article/evo_14|titulo=Mechanisms: the processes of evolution|acessodata=2017-08-10|obra=evolution.berkeley.edu}}</ref>, criariam mudanças rápidas que gerariam toda a [[biodiversidade]] atual . Era a incorporação da teoria catastrofista pelo [[criacionismo]] defendido por alguns naturalistas do século XIX, que também defendiam que a última destas catástrofes havia sido o ''Dilúvio Bíblico, em especial [[William Buckland|William Buckland.]]'' <ref>{{Citar web|url=http://www.geolsoc.org.uk/About/History/Award-Winners-Since-1831/Wollaston-Medal|titulo=The Geological Society of London - Wollaston Medal|acessodata=2017-08-10|obra=www.geolsoc.org.uk}}</ref>.<ref name="Faria2">{{citar livro|autor=Faria, Frederico Felipe de Almeida|título=Georges Cuvier e a instauração da Paleontologia como ciência|editora=Tese de doutorado - UFSC|ano=2010|url=http://www.anppas.org.br/novosite/arquivos/Tese%20-%20F.%20Felipe%20%20A.%20Faria.pdf|local=Florianópolis, SC|}}</ref><ref name="Rudwick">{{citar livro|autor =Rudwick, Martin|título=Bursting the Limits of Time: The Reconstruction of Geohistory in the Age of Revolution, 2005 - The University of Chicago Press|data=2005|isbn=0-226-73111-1}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.baraminology.net/|titulo=Baraminology Quest – Exploring Created Kinds and the Creation Orchard|acessodata=2017-08-09|obra=www.baraminology.net|lingua=en-US}}</ref> Os dados levantados por paleontólogos do [[equilíbrio pontuado]] , como [[Stephen Jay Gould]] e [[Niles Eldredge]] , quanto a "estase morfológica<ref>{{Citar periódico|ultimo=Williamson|primeiro=Peter G.|data=1981-11-19|titulo=Morphological stasis and developmental constraint: real problems for neo-Darwinism|jornal=Nature|volume=294|numero=5838|paginas=214–215|doi=10.1038/294214a0|url=https://www.nature.com/nature/journal/v294/n5838/abs/294214a0.html|idioma=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Davis|primeiro=Charles C.|ultimo2=Schaefer|primeiro2=Hanno|ultimo3=Xi|primeiro3=Zhenxiang|ultimo4=Baum|primeiro4=David A.|ultimo5=Donoghue|primeiro5=Michael J.|ultimo6=Harmon|primeiro6=Luke J.|data=2014-04-22|titulo=Long-term morphological stasis maintained by a plant–pollinator mutualism|jornal=Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America|volume=111|numero=16|paginas=5914–5919|issn=0027-8424|pmid=24706921|doi=10.1073/pnas.1403157111|url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4000796/}}</ref>", verificada no surgimento repentino de formas, seguido de repetições de mesmas formas fósseis em estratos geológicos distintos, destacada pelos [[Fóssil vivo|fósseis vivos]], que atualmente conta com 4.229 [[Gêneros (biologia)|gêneros]]<ref>{{citar periódico|ultimo=Whitmore|primeiro=John|data=4-10-2013|titulo=Padrões Temporais em 'Fósseis Vivos|jornal=The Research and Scholarship Symposium|doi=|url=http://digitalcommons.cedarville.edu/research_scholarship_symposium/2013/poster_presentations/22/|acessadoem=}}</ref>, foram interpretados por alguns catastrofistas modernos, como evidência de sepultamento de população do planeta e não de amostras intercaladas por milhões de anos <ref>{{Citar web|url=https://academiapublishing.org/journals/ajsr/abstract/2017/Jul/Neto%20et%20al.htm|titulo=Speciation in real time and historical-archaeological and its absence in geological time|acessodata=2017-08-09|obra=academiapublishing.org}}</ref>. Estas observações se harmonizaram as descobertas de [[Peter Wilhelm Lund|Peter Lund]] , onde , para sua surpresa como adepto de [[Georges Cuvier|Cuvier]], que defendia sucessão de faunas em estratos separados por diversos catastrofismos, encontrou fósseis de supostos outros períodos no mesmo estrato geológico e até de especies atuais <ref>{{Citar periódico|ultimo=Almeida|primeiro=Faria, Frederico Felipe de|data=2008|titulo=Peter Lund (1801-1880) e o questionamento do catastrofismo|jornal=Filosofia e historia da biologia|volume=3|issn=1983-053X|url=http://biblat.unam.mx/pt/revista/filosofia-e-historia-da-biologia/articulo/peter-lund-1801-1880-e-o-questionamento-do-catastrofismo|idioma=en}}</ref>
Ainda durante o século XIX o Catastrofismo sofreu sérias críticas advindas dos defensores do [[Uniformitarismo]].<ref>{{citar periódico|ultimo = O Atualismo entre uniformitaristas e catastrofistas|primeiro = |titulo = O Atualismo entre uniformitaristas e catastrofistas|jornal = Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência|doi = ISSN: 2176-3275|url = http://www.sbhc.org.br/revistahistoria/view?ID_REVISTA_HISTORIA=51|acessadoem = 23 de fevereiro de 2015}}</ref>
{{referências}}
{{Portal3|Evolução}}
[[Categoria:História da geologia]]
[[Categoria:História do pensamento evolutivo]]