O Paradoxo da Estase Morfológica, Impactos e Geocronologia
Sodré Gonçalves de Brito Neto¹, Everton Fernando Alves²
Hector Lutero Honorato de Brito Siman³
¹Graduando em Geologia, Universidade Federal de Goiás, UFG, Brasil.
²Departamento de Biotecnologia, Genética e Biologia Celular, Universidade estadual de Maringá, UEM, Paraná, Brasil.
³Departamento de Patologia Geral Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, Belo Horizonte, Brazil.
RESUMO
A anomalia encontrada na falta de previsão de que não haveria mudanças morfológicas em direção (sobretudo) as filogenias díspares, no registro fóssil, para compor a árvore evolutiva de ancestralidade totalmente comum, é chamada na literatura de “paradoxo da estase morfológica” (PMS - paradox of morphological stasis). Por muito tempo a biologia evolutiva tem proposto diversas soluções para PMS e padrões fósseis ligados a ela. Numa leitura parcimoniosa dos dados materiais poderíamos sugerir que: 1) Mecanismos evolutivos estão ausentes no registro fóssil, pelo menos materialmente, devido a pobreza taxonômica, 2) Estase e igualdade técnica para números de padrões corporais de fósseis, quando comparados à imensa biodiversidade atual, revelam evolução hoje ocorrendo com limites aos ancestrais dos padrões corporais fósseis; 3) Estase morfológica revela também ambientes constantes e/ou segregados onde os seres até mesmo de mesmo genótipo, teriam que viver sem mudanças ambientais ou nutricionais, e inclusive sem tempo para que previsíveis mudanças ocorressem, no decorrer de longo tempo, para conseguir tal padrão; 4) Repetição de mesmas espécies fósseis em estratos distintos, evidencía sepultamento de população, e a idéia de formas intercaladas por milhões de anos é destarcatada pelo dados que demonstram que praticamente todas as espécies mudam morfologicamente com o tempo (exceto casos raríssimos); 5) O surgimento de formas de vida prontas como padrão no registro fóssil representa o que chamamos de catástrofe inédita segregadora e estratificadora de espécies , pois se este padrão pronto se repete , isso sugere algo não ocorrido antes e também possui uma clara ligação com o polêmico assunto da “complexidade irredutível” que já desafiava por meio de estudos bioquímicos da célula sobre a impossibilidade de existência e sobrevivência de seres e sistemas sem que estivessem prontos (Behe, MJ, 1997, 2009; Khun, 2012, Looning, 2005) (e independente daquilo que isso evoca a ciência não se proíbe de evocar nada, senão que deve se ater aos fatos) . Esta interpretação parcimoniosa nos fala também que 6) Tais observações, nos remetem a um cenário rápido de sepultamento de grande parte da biodiversidade, algo condizente com rápidas, catastróficas e altas taxas sedimentares ((Sadler, 1981) verificadas nas espessuras, larguras, extensões e pacotes únicos de camadas sedimentares e ígneas, onde o aumento de diversidade de sepultados (fósseis) seguido de queda coordenada de diminuição de proporção de fósseis , poderia espelhar também movimentos estratigráficos e não necessariamente histórias de aumento de diversidade seguidas de extinções em massa. Esta interpretação dos dados estaria totalmente dependente de que a geocronologia de alta escala de tempo nas datações chamadas de “absolutas” estivessem totalmente erradas e que a antiga idéia de Cuvier (1769-1832) de sucessão e revolução faunísticas, intercaladas por muito tempo, e suas atualizações na moderna teoria sintética da evolução, na verdade, seria apenas um momento na história geológica. E por fim , 7) justificamos a recomendação de novos estudos ligados ás possíveis falhas da geocronologia convencional por meio de estudo de patentes de métodos de aceleração de decaimento e observações de comportamento de plasmas atômicos aceleradores de decaimento radioativo, muito provavelmente gerados na terra por ocasião da queda de grandes bólidos.
Palavras-chave: Paradoxo da Estase Morfológica, Geocronologia, Taxonomia, Estatística Fóssil, Fósseis Vivos, Tipos Básicos Ancestrais, Catastrofismo e Neocatastrofismo, Especiação Em Tempo Real, Especiação Rápida, Estase Morfológica, Pontualismo, Saltacionismo, Parcimônia, Epistemologia, Aceleração de Decaimento Radioativo, Uniformismo, Segregação e Estratificação Espontânea, Paleontologia em T. Impactos, meteoro, asteroide, plasma, tokamak, piezoelétrico, decaimento radioativo, urânio.
INTRODUÇÃO
Na pesquisa científica, a parcimônia é a escolha econômica de justificativas para uma observação, buscando assim a explicação mais simples e otimizada possível. Na maioria das vezes, ela é considerada a melhor maneira de julgar uma hipótese (Courtney, 2008). Apresentamos neste trabalho, o que julgamos ser o caminho mais econômico e próximo de enxergar o paradoxo da estase morfológica (PMS) no registro fóssil, “que além de ser algo inesperado é ainda mais dramático porque ‘estudar o conservadorismo morfológico a longo prazo é difícil nos sistemas contemporâneos, porque poucas linhagens animais existentes são conhecidas por permanecerem morfologicamente estáticas em relação às escalas de tempo geológicas’. (Lavoué et al, 2011).” O mesmo fato é observado por Peter Williamson, professor de Geologia da Universidade de Harvard, ao sugerir que o neodarwinismo tem falhado em não conseguir explicar as descontinuidades sistemáticas no registro fóssil:
"o principal problema é a estase morfológica. Uma teoria é somente tão boa quanto o são suas predições, e o neodarwinismo convencional, que alega ser uma explicação abrangente do processo evolutivo, falhou por não predizer a ampla estase morfológica, agora reconhecida como um dos aspectos mais impressionantes do registro fóssil." (Williamson, 1981, p.214).
Por muito tempo, na biologia evolutiva, o PMS tem confrontado a “evolução-fato” (mais experimental e observável) com a evolução histórica (mais conjectural e deduzida), onde a parte histórica e geocronológica, apresenta um dos maiores problemas da teoria sintética da evolução (Mayr, 2002; Futuyama, 2010; Voge, 2016; Lonning, 2004). Isto tem levado pesquisadores a desenvolverem inúmeras justificativas, às vezes de extrema complexidade, às vezes extremamente distantes dos fatos materiais, dos dados concretos da paleontologia baseada em dados (Sepkoski, 2013), para tentarem harmonizar a falta de evolução e a falta de mudanças morfológicas, em estase no registro fóssil , surpreendentemente presente durante supostos imensos períodos geocronológicos, o que realmente, pelo que conhecemos de evolução ocorrendo até em tempo real , seria um completo absurdo.
A maioria dos trabalhos que defrontam com o PMS, também acumulam novas soluções, e outros apresentam soluções em estudo de casos declarados como quase “exclusivos” ou “extraordinários” (Lavoué, 2011), dando a entender que para o resto dos seres vivos, ou para casos não extraordinários, fica sem solução. A partir de observações de grande possibilidade de erro na geocronologia pela aceleração de decaimento provocado por plasmas , altas temperaturas e outros efeitos aceleradores de partículas (piezoelétricos e de ondas sonoras), por ocasião da queda de grandes bólidos (Figura1), referendando assim a possibilidade de uma interpretação dos dados, de forma direta e simples, devido isenção da geocronologia tradicional que nos impõe uma necessidade de justificar a evolução ocorrendo mesmo sem dados morfológicos para tal, e também isenta da antiga idéia de Cuvier (1769-1832) que permanece constante até hoje na moderna teoria sintética , para explicar parciais sucessões de faunas estratigráficas, ignorando que já existe modernas propostas substitutivas de modelos de separação estratigráfica na literatura (Minoletti, 2009; Dilly et al, 2015: Berthaut, 1986, 1988, 2002, 2004, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014; Lalomov, 2007, 2013; Julien, P.Y, 1993) que evocam, depois de análise dos dados, que uma revisão geocronológica e estratigráfica é necessária e se demonstra ser uma alternativa muito pertinente para se lidar com praticamente todos os problemas levantados pelo PMS, de forma parcimoniosa, simples, econômica e mais comunicável com fatos evolutivos , sedimentares, consequencias sedimentares e estratigráficas das catástrofes de impactos, e com outras perspectivas datacionais.
Aceleração do decaimento radioativo
Existem uma série de publicações e autores que defendem aceleração de decaimento radioativo (Gentry, 1968-1982; Brown, 2013). E entre milhares de citações podemos citar William A. Barker que descreve seu pedido de patente de aceleração de decaimento radioativo (como método de descontaminação de materiais radioativos) ,em 31 dez. 1991, da seguinte forma :
"De um modo geral, a comunidade científica acredita que a taxa de decaimento de um núcleo radioativo é imutável. No entanto, é possível alterar a taxa de decaimento alterando o ambiente do emissor.... Desta forma, a taxa de decaimento da radioactividade dos materiais é grandemente acelerada e os materiais são assim descontaminados a uma velocidade muito mais rápida do que o normal. O estímulo pode ser aplicado aos materiais radioativos, colocando esses materiais dentro da esfera ou terminal de um gerador de Van de Graaff onde eles são submetidos ao potencial elétrico do gerador, como na faixa de 50 kilovolts a 500 kilovolts, para em pelo menos um período de 30 minutos ou mais. A presente invenção baseia-se no facto de a taxa de decomposição de materiais radioactivos poderem ser aceleradas ou reforçadas e assim ser controlada por um estímulo, tal como um potencial electrostático aplicado. Esse potencial, por exemplo, é incorporado na equação de tunelamento mecânico quântico para o coeficiente de transmissão T * T, incluindo uma energia potencial adicional"
Muitos outros trabalhos e pedidos de patente para métodos de aceleração de decaimento radioativo e descontaminação de materiais estão descritos na literatura (An Kinderewitscg, 2003; Gorodezki, 2005) . O aparato de Willian Parker citado precisou de 50-500 kilovolts para gerar aceleração de decaimento , quantos milhões de kilovolts geraria a queda de apenas 1 grande bólido e qual seria as consequências em termos de aceleração de decaimento e envelhecimento de rochas ?
Diante também do fato das experiências com fusão nuclear explicitado em inúmeros testes e projetos como de equipamentos de tokamaks , de que , através de sistemas de plasma e temperatura, poder não somente aumentar decaimento mas até alterar núcleo de elementos estáveis (Bosch, 1999; Lee, 2008; Hesslow L et al, 2017; Izumi et al, 2016; Zhang et al, 2016; Xie et al, 2014) , e os efeitos de plasmas e outros aceleradores de partículas durante a queda de grandes bólidos (dos quais temos catalogado apenas em torno de 0,2%), tendo nós mesmos dado uma contribuição relevante para tendência de decaimento acelerado em relação ao diâmetro do bólido (Figura 1), podemos simular aqui uma interpretação isenta da tradicional geocronologia devido esta não poder mais estar (pelo menos “absoluta”) diante de tais testes e fatos e de outras perspectivas datacionais anacrônicas, sem necessitar portanto de tais inúmeras justificativas ad hoc, podendo simular uma interpretação com os dados como eles simplesmente são e estão.
A interpretação isenta da geocronologia convencional e tradicionalmente ensinada desde dois últimos séculos, economiza por assim dizer, uma série de malabarismos justificadores de anomalias anacrônicas que pululam nas descobertas científicas, mas ela trará novos desafios como por exemplo, se não temos este tempo todo distanciando a queda de bólido do outro, então poderíamos nos aproximar mais de estudos da NASA de múltiplos impactos na história da terra ?
Poderia a queda de grandes bólidos envelhecer rochas pela aceleração de decaimento radioativo? Na figura abaixo percebemos uma pista nesta direção:
Figura 1 - Linha de aumento de idade relacionada ao diâmetro de bólidos . Sodré & Lutero, 2017
Observamos que quanto maior o bólido maior idade e dezenas de bólidos pequenos ajuntados em torno de idades menores. A queda de maiores bólidos representam potencial de aceleração maior de partículas e de possível até mesmo surgimento de elementos instáveis (Brown, 2013).
Padrão de Surgimento de Formas Prontas no Registro Fóssil
Se a geocronologia de idades de bilhões de anos não pode ser afirmada com toda a pretensa certeza absoluta , então teríamos sérias consequencias estratigráficas e de impactos , pois encurtaríamos o tempo das sedimentações e ajuntariamos cada vez mais os impactos para mais perto um do outro, aproximando da idéia de publicações que sugerem chuva de asteroides e multiplos impactos na terra como uma possibilidade de explicar o que fendeu violentamente a crosta continental de 70 kilometros de espessura, e formou a maioria dos cenarios extremamente catastróficos na terra , bem como uma lista infinda de acontecimentos que requereriam grandes magnitudes globais de acontecimentos como chegar a produzir inimagináveis taxas sedimentares (Sadler, 1981) que alcançasse os continentes e sepultasse vivo animais gigantes continentais completos.
Na lua existem 30.000 marcas de crateras (astroblemas) de grandes e pequenos asteroides e meteoros, e na terra, temos apenas 200 astroblemas. Como a lua está muito próxima , e a terra possui campo de atracão mais forte, se deduz que, sendo seu diâmetro , 3,67 maior que a lua, ela tenha recebido no mínimo 4 x 30.000 asteroides, ou seja, mais de 100.000 impactos foram erodidos, encobertos, e/ou estão ainda por ser descobertos na terra.
A crosta continental possui média de 70 km de espessura. Para que ela se fendesse, de forma violenta como foi (como podemos ver na plataforma da américa do sul e na plataforma da áfrica , onde existem debaixo da costa marítma, gigantescas erupções semelhantes aquelas da bacia da Guanabara no Rio de Janeiro- Brazil, que deveria estar também como as milhares de outras debaixo de água, mas por algum motivo ainda misterioso e não explicado, está soerguida. O mistério do porquê que apenas este pedaço da plataforma estaria soerguido com uma grande depressão ao centro , rodeada de grandes erupções vulcânicas de altíssimas escalas sugere uma imensa catástrofe como fonte causadora de tal formação ígnea.
O surgimento de formas de vida prontas, como padrão no registro fóssil, se comunica com idéia de impactos que gerariam grandes erosões e sedimentação atuando em conjunto com grandes transgressões e regressões marinhas, deixando rastros de camadas de sedimentos sobretudo nas bacias da terra. Os padrões de surgimento pronto, podem ser interpretados como uma consequência de gigantescas catastrofes associadas que ocorreram , em relação a vida na terra , de forma inédita, que teria que formar vários estratos contendo amostras de diversos seres vivos prontos nunca "surgidos" evolutivamente em outros estratos.
Este padrão descarta a presença de mecanismos evolutivos anteriores para as primeiras formas de vida, pois se um ou outro surgissem, alternando com antecedentes evolutivos e outros sem antecedentes, poderíamos até relevar este ponto e considerá-lo acidental devido uma série de justificativas (erosões, raridade fóssil, saltos evolutivos, etc.), mas estes gerariam fatores estocásticos e não regularidades padrões nos estratos, e o fato deste acontecimento ser padrão nos impõe imensa carga de ter que admitir que formas prontas simplesmente aconteceram na terra e não possuem sustentação, pelo menos material, dados, nos fósseis, para dizerem que foram evoluídas, ou que erosões e raridade fóssil estocásticas formaria este padrão em diversos estratos, etc. A opção de entender que estas formas prontas representariam uma imensa catástrofe sepultando pela primeira vez toda a vida na terra, se comunica com o que podemos chamar de "padrão de ancestrais prontos sepultados em diversos estratos em inédita e recente catastrofe" (SRABVSURC) (standard of ready ancestors buried in various strata in unprecedented and recent catastrophe Catastrophism ). Sem contar com o fato da disputa que milhares de cientistas mais ligados a bioquímica das células fazem de que sistemas de seres vivos em geral precisam estar prontos devido necessitarem de “complexidade irredutiveis” (Behe, MJ, 1997, 2009; Khun, 2012, Looning, 2005) para poderem existir , se adaptar, sobreviver e evoluir .
O Dr. Kjetil L. Voge nos enviou sua publicação recentemente na qual se faz uma ampla revisão bibliográfica do problema da PMS (Voge, 2016). Inúmeros trabalhos correlatos passam a tocar o problema apresentando alguma solução para a anomalia surpreendente da estase morfológica ocorrendo em calculados Ma (milhões de anos). Todos parecem não duvidarem, nem questionarem com respeito aos problemas da "intocável" geocronologia e suas datações “absolutas”, nem da estratigrafia convencional, mas buscam dentro destes modelos, criar justificativas das mais diversas para a PMS.
Mas este não é um caso raro onde a geocronologia e estratigrafia impõe justificativas para dados anacrônicos, observamos que muitos outros pontos da paleontologia passam pela mesma situação, desde a sabedoria milenar dos indios ao pronunciarem a palavra "itararé" (água mole em pedra dura tanto bate até que fura" ) onde vemos trilhões de rochas recebendo impacto sem sofrerem erosões compatíveis a muito tempo, até pontos que vão estar ainda mais frontalmente destacando o anacronismo , como a datação de tecidos moles enrijecidos com borras amarronzadas de hemoglobina datados em extraordinários 60 a 120 milhões de anos. Um completo absurdo científico que prefere justificar e especular sobre super-poderes misteriosos da proteína e tecidos moles de preservarem por tanto tempo, que questionar o absolutismo datacional. Os absurdos são tantos que para que este artigo não se transforme num livro, escolhemos apenas três exemplos bastante flagrantes , na Tabela 2 abaixo, citando uma amostra de ínfima quantidade proporcional de artigos relacionados, todos buscando encontrar saídas do tipo “ad hoc” para anomalias surpreendentes e anacrônicas. Destaco que alguns destes artigos parecem até ironizar o problema de forma a poderem ser publicados, sem confrontar diretamente o paradigma convencional, ou, analisando as palavras do Dr. Lavoué, ficamos até perplexos com declarações e confissões como que implorando soluções como: “Estudar o conservadorismo morfológico a longo prazo é difícil nos sistemas contemporâneos, porque poucas linhagens animais existentes são conhecidas por permanecerem morfologicamente estáticas em relação às escalas de tempo geológicas”. (Lavoué et al, 2011).
Desde o escândalo propalado pelo pontualismo de Eldredge e Gould, que parece que a academia representada por evolucionistas mais apegados tenta justificar ao máximo o sistema vigente geocronológico, que vai sendo solapado aos poucos por questionamentos cada vez mais irônicos, beirando a contundência e cada vez mais abertos, sem romper totalmente com o hímen do paradigma. Existe um grupo de publicações justificadoras da PMS que apelam, entre outras maneiras justificadoras, para “seleção estabilizadora”, ao mesmo tempo que acumulam outras soluções confessando indiretamente ou às vezes diretamente (Voge, 2016) sua insuficiência, pois apenas uma grande catástrofe como a queda de um grande bólido, os quais geram grandes taxas sedimentares (Sadler, 1981) e teríamos que ter morfologias não estabilizadas junto com estabilizadas, exigindo extraordinária sorte para aqueles que defendem essa tese, para que a mesma catástrofe não sepultasse as não estabilizadas pela seleção natural, exceto se a seleção natural fosse agir em conjunto com todas as espécies para formar padrão de estabilidade. Observe que a seleção, que deveria estar selecionando pelo menos alguns "díspares" para que se dirigissem no sentido de formar a árvore evolutiva de ascendência totalmente comum no registro fóssil , está agora, diante da PMS , destacando e dando maior notoriedade , dentro de diversas características contingenciais da seleção natural, sua característica conservadorista de estabilizar formas (conservadorismo que em outras circunstâncias e questionamentos é até evitado) . Os argumentos e estratagemas de destacar pontos verdadeiros , mas as vezes de forma isolada, se multiplicam em modelos computacionais, taxas flutuantes, e a confissão repetida de que tais justificativas ainda são insuficientes (Ver Tabela 2).
Tabela 1
O presente estudo vai isentar a causa dessas explicações ad hoc: Que julgamos ser a própria submissão e o não questionamento ao uniformitarianismo da constância de decaimento radioativo, que nos “assegura” que como ratos presos na ratoeira, só nos resta comer o queijo e justificar porque a evolução quase parou em meio bilhão de anos (isso se considerarmos apenas os fósseis do fanerozóico, pois se formos falar de bactérias e fósseis pré-cambrianos teríamos que assumir estase morfológica em 3,5 bilhões de anos).
Definições de Espécie, gênero e famílias, e MPTG
Durante décadas, a biologia evolutiva, diante da “plasticidade dos seres vivos” muito citada desde Spencer, 1820-1903 (Lightman & Bernard, 2016), e tão destacada sobretudo desde a imensa revisão bibliográfica feita, quando ainda jovem, por Charles Darwin, tem dificuldades para entender e definir o significado de “espécies”. Atualmente, existem mais de vinte e dois conceitos diferentes de espécies (de Queiroz, 2005). O uso de diferentes conceitos leva a comparações desencontradas na ciência que visa por sistematizar e organizar o conhecimento. Por outro lado, biólogos catastrofistas por décadas têm utilizado para espécies dinâmicas e plásticas, termos e conceitos apropriados mais abrangentes e flexíveis como “tipo” ou “grupo” para o que consideram categorias de organismos relacionados geneticamente, que, em testes de cruzamentos artificiais, gerem emparelhamento cromossômico e pelo menos o início de embrião com características paternas e maternas (Junker & Scherer, 1996). Assim, torna-se prático o agrupamento de clados em torno destes testes de compatibilidade no crossover.
Cada uma das várias categorias de espécies, subespécies e variedades que vemos hoje foram concebidas para se diversificarem de um tipo básico ancestral comum fóssil, portanto consideraremos neste trabalho, a grandeza MPTG (Morphological patterns around the taxon genus), padrões morfológicos em torno de gêneros . Esta grandeza se identifica com fósseis ancestrais, com a falseável hipótese dos tipos básicos (Marsh, 1941), já que “as novas formas tornam-se cada vez mais refinamentos das existentes formas” (Benton et al, 2007). Entre outras observações , podemos dizer que a disparidade morfológica no registro fóssil, quando comparamos táxons mais altos, é alta , e a diversidade de espécies, no registro fóssil, é baixa. Ou seja, um verdadeiro espelho de ancestrais básicos dos quais a maioria de nós (enquanto biodiversidade) descendemos. Analogamente, Muitos troncos e Arbustos com galhos grossos (disparidade), no registro fóssil versus arbustos com infinitas folhagens e raminhos na atualidade(diversidade) . Isso não anula variações morfológicas no registro fóssil , claro que elas existem dentro de um morfoespaço que abriga inclusive mesmos genotipos, e é até esperado que existam evolutivamente , pois as espécies mães possuem cada vez mais , maior pool gênico, uma vez que ainda não estavam desgastadas pelas sucessivas derivas e motores adaptacionais , stressantes e altamente empobrecedores (Mayr), nem pelo acúmulo de genes deleterios que nos lega o motor da entropia genética (Sanford, 2005; Crabtree, 2010).
Diversos exemplos de disparidade e diversidade são citados na literatura (Benedict et al, 2016). Ou seja, defendemos que MPTG ancestrais básicos em suas características de disparidades morfológicas (e baixa diversidade ) foram sepultados, em geral catastroficamente e com “morte súbita”, para se tornarem fósseis, e este modelo nos conta uma história de um período de um momento catastrófico geológico de: 1) Falta de especiação rápida ou lenta, o que, caso houvesse, enriqueceria a taxonomia fóssil, assim como temos hoje na biodiversidade atual (Benton et al, 2007; Futuyama, 2010) 2) Permanência com alto número de mesmas espécies, o que necessitaria de ambiente estável (repetição fóssil sem pressões ambientais que provocariam manifestações adaptativas e evolutivas), 3) Desastre soterrador de população viva evidenciada pelas repetições de mesmas espécies fósseis (o que descaracteriza a pontualidade, tempo longo, e substituiria a parcial sucessão faunística por por “segregação e estratificação espontânea” SEE (Minoletti, 2009, Berthaut, 1986, 1988) que explicam a presença de diversas espécies diferentes segregadas no registro fóssil, bem como não precisam apelar para "ad hoc" para explicarem árvores polistratos e milhares de anacronismos 5) Fósseis de imensos vertebrados completos (o que caracteriza desastre de grande magnitude global e altas taxas de sedimentação, sobretudo de vertebrados completos terrestres), e 6) Mudança drástica no ambiente gerando a radiação adaptativa das espécies nas camadas recentes nas milhões de espécies da biodiversidade atual diversificada por mais que mantenha semelhante numero de padrões corpóreos (Wise, 2013).
Muitas das espécies e suas variações, observáveis hoje, refletem os mesmos padrões morfológicos em torno do táxon gênero (MPTG), apesar de grande parte da literatura designar o táxon superior famílias como padrões morfológicos, o que resulta no fato de lermos na literatura "extinção de famílias "( o que na verdade pode ser apenas gêneros) . Sobre este problema, depois de consultar diversos especialistas e literatura solicitando dados globais sobre quantidade de especies , generos e familias em cada periodo geológico, e receber respostas lacônicas sem solução , comçamos a entender declarações como: “Atualmente, não há uma definição acordada de disparidade, muito menos qualquer consenso sobre como medir” (Wills et al, 1994), então escolhi como melhor síntese a resposta por e-mail, em 2013, encaminhada pelo paleontólogo de Harvard , orientado por Stephen Jay Gould, Dr. Kurt Wise, o qual praticamente repete (porém com maior riqueza) a mesma observação de especialistas consultados, de que as definições e organizações, devido haver inúmeros critérios, estão em falta:
“The best early estimates (by Dave Raup and Jack Sepkoski in the 1980s) were based upon a family-level fossil record data (namely, Sepkoski’s family-level compilation of the marine fossil record). From the number of families that went extinct, the current intra-family species diversity was assumed to be true of the fossil families, and the necessary % species extinction was calculated that would result in that much family extinction (by computer bootstrapping, etc.). Later, after Jack Sepkoski had compiled genus-level data for the marine fossil record (2002, Bulletins of American Paleontology 363), the same sort of calculations were done with the genera that had earlier been done with families. Not only have the species-level data not yet been compiled, but many paleontologists consider that data would be unreliable (because of differences of opinion on how to define paleontological species)”.
Sendo a classificação a nível de famílias algo muito contraditório quando entendemos que família agrupam gêneros que não foram extintos, é comum lermos na literatura dados referentes a uma coisa e outra ao mesmo tempo, ou sobre percentuais ocorridos nas extinção em massa sem o número anterior de onde se retirou tais percentuais. Por mais que isso não tenha gerado tantas correções a nível de descrever extinções (interpretação) ou diminuição de fósseis na estratigrafia (fato), (Sepkoski, 1993), isso inviabiliza ou dificulta outras percepções sobretudo de relação evolutiva no estudo paleontológico. Recentemente gêneros não extintos de bivalves foram classificados como famílias (Gibson, 1996). E devido a isso, tentarmos entender MPTG como uma maneira flexível de lidar com estas imprecisões, o que pode nos ajudar na organização do entendimento geral destas dificuldades classificatórias.
Portanto, MPTG, é o que consideramos como as características peculiares que vão desde os dos tipos básicos matrizes fósseis , até sua descendente diversificação no presente, que ainda hoje estão, exceto famílias e “gêneros” extintos, presentes na maioria das diversas espécies e suas variações encontradas na natureza (Eldredge e Stanley, 1984). Muitas espécies viventes hoje, e suas variações, refletem padrões morfológicos semelhantes. A permanência destes mesmos padrões morfológicos fósseis, por mais que aumente o número de espécies, facilita percebermos os limites da evolução em torno de MPTG , situando e orientando as mudanças possíveis de serem registradas no registro fóssil e testadas seus parentescos na atualidade (Junker & Scherer, 1996). Também o fato desta descontinuidade estar ainda mais marcante no registro fóssil, quanto mais superiores táxons, fortalece esta idéia de descontinuidade sistemática (Carroll, R. L. ,1992).
A tese dos tipos básicos matrizes ou ancestrais (Marsh, 1941), tem sido apoiada pelo fato de o registro fóssil apresentar baixa variabilidade (estase morfológica) e baixa radiação especiativa entre as espécies fósseis (Zimmerman, 1960; Martens, 1997; Albrecht e Wilke, 2008; Alisson, 2013), independente da suas respectivas plasticidades ou maleabilidades fenotípicas ou genotípicas (Ghalambor et al., 2015). Além disso, outros fatores que corroboram a tese dos tipos básicos ancestrais são os mais de 4229 gêneros bem documentados de “fósseis vivos” que são chamados assim por terem sofrido poucas mudanças ao longo do tempo, logo, mantendo-se semelhantes às encontradas no registro fóssil (Romer, 1966; Whitmore, 2013a; Whitmore, 2013b). Provavelmente refletindo idéias de sua época, Darwin chegou a citar essa dedução corrente ao escrever:
"Não há uma verdadeira grandeza nesta forma de considerar a vida, com os seus poderes diversos atribuídos primitivamente pelo Criador a um pequeno número de formas, ou mesmo a uma só? Ora, enquanto que o nosso planeta, obedecendo à lei fixa da gravitação, continua a girar na sua órbita, uma quantidade infinita de belas e admiráveis formas, saídas de um começo tão simples, não têm cessado de se desenvolver e desenvolvem-se ainda!... O venerável e reverendo W. Herbert, mais tarde deão de Manchester, escrevia em 1822, no 4., volume das Horticultural Transactions, e na sua obra as Amaryllidacées (1837, p. 19, 339), que ‘as experiências de horticultura têm estabelecido, sem refutação possível, que as espécies botânicas não são mais que uma classe superior de variedades mais permanentes’. Aplica a mesma opinião aos animais e vê que as espécies únicas de cada gênero foram criadas num estado primitivo muito plástico, e que estes tipos produziram ulteriormente, principalmente pelo cruzamento e também por variação, todas as nossas espécies existentes. Na Nouvelle Flore de l’Amérique Du Nord (1836, p. 6), Rafinesque exprimia-se assim: ‘Todas as espécies podiam ser outrora variedades, e muitas variedades tornaram-se gradualmente espécies, adquirindo caracteres permanentes e particulares’; e um pouco mais adiante (pág. 18) acrescenta: ‘excetuando os tipos primitivos ou ancestrais do gênero’”(Darwin, 1866, capítulo 9, pp.25-26, 577, ênfase nossa).
Quando falamos de estase morfológica no registro fóssil, nos referimos às camadas sedimentares compreendidas entre o ediacara/cambriano até próximo das camadas do período Pleistoceno, ou camadas superficiais, como demonstra diversas publicações baseadas na teoria do equilíbrio pontuado (pontualismo) proposta pelos paleontólogos Niles Eldredge e Stephen Gould (Levinton e Chris, 1980; Woodruff, 1980; Williamson, 1981; Eldredge, 1986; Van Bocxlaer e Hunt, 2013). E não nas camadas atuais onde a variação irradia em multiformes variações e ocorre fossilização também.
Os padrões morfológicos ligados ao táxon gênero MPTG, podem ser observados no registro fóssil surgindo repentinamente em todas as camadas sedimentares, com expressivo aparecimento no cambriano e surgimentos abruptos sem nenhum gradualismo em toda coluna geológica, mas uma repetição surpreendente. Essa constatação tem sido divulgada há décadas pelos adeptos do pontualismo que ainda admitem a estase morfológica e a radiação florescendo em especiações somente nas camadas geológicas mais atuais (Levinton e Chris, 1980; Woodruff, 1980; Williamson, 1981; Eldredge, 1986; Van Bocxlaer e Hunt, 2013). Estudo evolutivo recente corrobora tal afirmação ao dizer que :
"A visão dominante da evolução baseada no registro fóssil é que as espécies estabelecidas permanecem mais ou menos inalteradas durante sua existência. Por outro lado, a evolução substancial é rotineiramente relatada em populações contemporâneas, e a maioria dos traços quantitativos mostra um alto potencial de evolução. Essas observações contrastantes em escalas de tempo longo e curto são muitas vezes referidas como o paradoxo da estase, que se baseia na suposição fundamental de que os períodos de estase morfológica no registro fóssil representam uma mudança evolutiva mínima." (Voje, 2016).
Assim, o presente artigo tem como objeto de estudo esses fatos observados e bem documentados: surgimento repentino fóssil, estase morfológica, repetição de mesmas espécies fósseis em contraste com a explosão de radiação adaptativa revelando todo potencial de plasticidade e maleabilidade dos fenótipos e genótipos dos seres vivos que deveriam estar presente no registro fóssil caso a história evolutiva tivesse ocorrido ali, pois “a diversidade morfológica diminui juntamente com a diversidade taxonômica. Este padrão sugere heterogeneidades como a extinção elevada e / ou a origem reduzida em certas regiões do morfoespaço” (Foote, 1993)
As especiações e variações que, como vimos, carregam os MPTG podem ser observadas ocorrendo em tempo real e histórico-arqueológico, mas estão ausentes na mesma proporção, no registro fóssil. Isto se torna relevante na medida em que percebemos o sucesso reprodutivo das variações e sua permanência ao longo do tempo, pois a variação em torno de gênero não exige grandes bio-transformações, mas deve ocorrer de qualquer forma, em torno do gênero (MPTG) nas amostras fósseis. Hoje, surpreendentemente, segundo o paleontólogo especialista em estatísticas fósseis Dr. Kurt Wise, tecnicamente, o número de planos corporais no registro fóssil não excede o número de planos corporais hoje (Wise KP. 1989), e segundo esta afirmação, temos quase o mesmo número de padrões corporais entre os 250-300.000 fósseis catalogados, comparados aos 2 milhões de espécies vivas hoje já catalogadas, com estimativas de 8,7 milhões e estimativas que vão até 100 milhões de espécies hoje) e as ínfimas 300 mil espécies fósseis do cambriano/edicara ao pleistosceno. (Woodmorappe, 2000; Sadava et al., 2009; Mora et al., 2011; Catalogue of Life, 2016). Quando comparados os padrões morfológicos, esperar-se-ia que tivéssemos um número bem maior de PMTG no registro fóssil se este espelhasse uma amostra da biodiversidade ocorrida em 544 milhões de anos correspondentes ao Fanerozóico. Portanto, o fato do número de espécies atuais, na casa dos milhões, não conseguir transpor o número de padrões corporais presente no registro fóssil, sugere evolução delimitada a padrões morfológicos ou tipos básicos ancestrais (baraminologia) ou MPTG.
Especiação em Tempo Real
A surpresa de muitos diante da especiação rápida e mudanças significativas morfológicas em apenas uma geração, refletia a falta de previsão da teoria do que se esperaria em termos de tempo.
Entendemos a especiação em tempo real como um fenômeno em que duas ou mais populações de uma mesma espécie, se modificam em novos arranjos de informação genética pré-existente, tendo como causa a separação por barreiras geográficas e mortandades, porém em um tempo hábil para que seja possível a observação de todo o processo do início ao fim. (Furness et al 2015). Experiências empíricas promovendo especiação em tempo real , tem sido testadas com sucesso e colocando em xeque cada vez mais o PMS, (Ghalambor et al, 2015), o que demonstra o que “nenhum organismo ignora seu ambiente” (Ezard et e al, 2016)
Podemos ainda classificar o processo de especiação de duas formas: em tempo real ou em tempo histórico-arqueológico. A especiação em tempo real é aquela em que ocorre bio-modificações limitadas ao tipo básico, equivalentes ao surgimento rápido de uma nova “espécie”, observada ̶ por experimentação ou observação não-controlada ̶ em até 50 anos. A especiação em tempo histórico, por sua vez, diz respeito às bio-modificações equivalentes a uma nova “espécie” acima de 50 anos que podem ou não ser observadas devido o tempo de vida do observador ou projeto de pesquisa. Nesses casos, há 50% de chance de observação e os outros 50% restantes dependem do uso da dedução, por exemplo, a partir de análise cromossômica e cálculos de taxas de radiação (Trivedi, 2000).
O papel da deriva genética no processo de especiação
Existem diversos mecanismos envolvidos no processo de especiação (epigenética, deriva genética, seleção natural, influências ambientais e geomagnéticas no crossover (Gorelick, 2005), etc). Devido à especiação estar intimamente relacionada à deriva genética e a conseqüente perda de pool gênico de uma população anterior, estudos do modelo de muitos ancestrais básicos (SRABUC) que apostam na especiação em tempo real, se tornam fundamentais para explicar as evidências atuais de limites à adaptação nos diferentes organismos vivos (Bell, 2013).
A deriva genética é um mecanismo que modifica aleatoriamente e de forma repentina – devido a catástrofes ou a isolamentos diversos, por exemplo, − as frequências alélicas de uma população (Ridley, 2006; Freeman e Herron, 2009). Por outro lado, acredita-se que a seleção natural é direcionada, isto é, elimina muitas mutações deletérias, mutações necessárias se perdem juntas, ignora as mutações neutras e deletérias (principalmente as que se manifestam após período reprodutivo) seleciona os traços sobreviventes e/ou vantajosos pré-existentes ou que comunicaram em face de resposta epigenética ao meio (Sanford, 2014). Porém, como afirmou a bióloga americana Lynn Margulis, “a seleção natural elimina, e talvez mantenha, mas ela não cria” (Teresi, 2011, p. 68). Ademais, devido o fato da deriva genética não fazer distinção entre genes bons e ruins, e a seleção natural falhar também em seu filtro, isso resulta em perda de variação genética (Lacy, 1987), deixando as espécies geneticamente mais pobres e “cada vez mais próximas da extinção”. Em outras palavras, a deriva decepa e empobrece a população de seu “pool gênico” e a seleção natural ajeita mais ou menos o que restou.
Nesta frase farei uma modificação, pra que fique mais técnico.Sabe-se que o efeito da deriva é inversamente proporcional ao tamanho da população, podendo aparecer em diferentes momentos da história das espécies e da própria humanidade. Nesse sentido, é possível que a deriva tenha tido um papel fundamental e sobrepujante ao da seleção natural no que diz respeito ao processo de especiação rápida após uma grande catástrofe.
O processo de especiação após Catástrofes
Grandes catástrofes mundiais são as formadoras da maioria das camadas sedimentares presentes no globo, que estão associadas a imensas inundações e destruições em todo globo (Souza Jr, 2008). As conseqüências da mortalidade em massa gerada, stress endogâmico nas espécies sobreviventes e isolamentos geográficos, deram, alem de outros fatores, condições muito favoráveis para uma rápida especiação (Wilmer et al., 2011). O modelo SRABVSURCdefende o sepultamento da biodiversidade de todo planeta por estratificação espontânea nas transgressões e regressões marinhas (Berthault, 1986; Berthault, 1988; Brand e Tang, 1991;Snelling, 1997; Berthault, 1998; Chadwick e Spencer, 2006; Berthault, 2013), seguido de especiações rápidas pelos motores evolutivos adaptacionais que diversificariam os padrões de ancestrais prontos sepultados em um catastrofismo inédito (SRABVSURC- Standard of Ready Ancestors Buried in Unprecedented Catastrophism ).
O modelo SRABVSURCde história curta da formação das camadas sedimentares prevê um momento em que os poucos seres humanos e animais sobreviventes e isolados por essas catástrofes associadas (de energia e magnitude global) teriam recomeçado a repovoar a terra, e sucessivas derivas e stress endogâmicos de cruzamentos consangüíneos haveriam de ocorrer, exatamente como percebemos em espécies de Denisovans (Prüfer et al., 2013) e nas fundações de etnias de biotipos semelhantes entre si habitando em cima de fósseis de halogrupos dessemelhantes como, por exemplo, mongolóides nas Américas em cima de fósseis dessemelhantes negróides em Lagoa Santa-MG, São Paulo e México. Fato observado também na China de mongolóides habitando em cima de fósseis caucasianos e negroides (Ke, Y, 2001) tanto nas etnias humanas quanto em milhares de outros seres vivos semelhantes entre si isolados de seus parentes.
….” negróides e australóides, voltando a levantar uma grande polêmica que coloca em questão os modelos de povoamento pré-histórico da América. Reforçando a possibilidade de ser a população de Lagoa Santa, como outras populações americanas de mais de 7 mil anos, proveniente de migração muito antiga de grupos não mongolizados, estes novos achados trouxeram de volta e com força para o cenário científico, uma polêmica de 160 anos.”( Mendonça de Souza, 2006)
Nesse contexto, a especiação em tempo real legitima o modelo de um “salto evolutivo” recente, com dois picos bio-diferenciadores relacionados aos episódios do inicio da entropia genética humana (Fu et al., 2013) depois das catástrofes associadas que empobreceriam o pool gênico dos seres vivos e dariam aos sobreviventes, em virtude da migração e do isolamento geográfico, o legado de efeito fundador – situação frequente na especiação peripátrica− em um planeta com um ecossistema totalmente reconfigurado onde o motor epigenético atuaria para corresponder as necessidades do novo ambiente (Ridley, 2006; Eakin, 2014; Weyrich et al., 2016).
A especiação peripátrica é um mecanismo pelo qual podemos explicar o enorme aumento da diversificação pós-catástrofes. É um tipo de especiação pelo qual as espécies novas são formadas em populações periféricas isoladas (Ridley, 2006). Na especiação peripátrica, populações drasticamente reduzidas fazem com que a especiação completa seja o resultado mais provável do isolamento geográfico, porque a deriva genética age mais rapidamente em populações pequenas. Deriva genética somada a fortes pressões seletivas, causariam uma rápida mudança genética na pequena população descendente (Wilmer et al., 2011).
Observações atuais podem servir de exemplo para compreendermos melhor os casos de especiação peripátrica. Estudo recente afirma que “uma análise de mais de 2.000 espécies de pássaros fornece uma visão sobre como evoluíram as diversas formas de bico dos animais e aponta para um único evento raro como um gatilho para a rápida divergência inicial das linhagens aviárias.” (Bhullar, 2017).
Toda essa sucessão de fatos pode ser vislumbrada por meio de um cenário onde a maioria dos organismos destruídos por essas grandes catástrofes associadas e consequentes, deixaria pequenas populações de sobreviventes (Wilmer et al., 2011). Segundo matéria publicada pela Folha de São Paulo a respeito deste achado,
“o que pareceu fascinar mais outros biólogos, porém, é a grande velocidade com que o fenômeno do deslocamento de caráter ocorreu. ‘Eu acreditava que fosse demorar muito mais’, comentou na ‘Science’ o biólogo David Pfening, da Universidade da Carolina do Norte. A redução média de 5% no tamanho de bico, considerada drástica pelos biólogos, ocorreu no intervalo de cerca de um ano, praticamente de uma geração para a outra.” (Folha de S. Paulo, 2006).
A surpresa dos biólogos evolutivos com a descoberta desse novo fenômeno se dá devido à falta de entendimento de outros motores coadjuvantes, que atuam nessas bio-modificações limitadas ao tipo básico, tais como epigenética e aspectos energéticos e de temperatura atuando no crossover (Fondon e Garner, 2004; Eakin, 2014). Para a Dra. Jean K. Lightner,45 parece haver três fontes para as variações associadas a radiação adaptativa: 1) hibridização, 2) mutação e 3) triagem ambiental de alelos ancestrais (por mecanismos de seleção natural e deriva meiótica) (Lightner, 2016).
Estas observações, se não encarecem a dívida dos elos perdidos na paleontologia pontualista, aumenta muito a dívida de variabilização taxonômica fóssil para o modelo histórico geológico que assume pelo menos cinco grandes catástrofes separadas por milhões de anos na história da terra.
O curioso é que as pesquisas ligadas a especiação em tempo real tanto confirmam as observações de Darwin no âmbito da biologia funcional (equilíbrio pontuado) quanto destrói por completo os postulados evolutivos em termos de períodos geológicos (gradualismo filético), e é perfeitamente comunicável a modelos catastrofistas que aposta numa especiação rápida impulsionada pelo efeito das bio-modificações limitadas ao tipo básico.
Baraminologia e o estudo dos “tipos básicos”
O aparecimento repentino e pronto de formas de vida e de sistemas irredutivelmente complexos (Lonning, 2005), além do número tecnicamente igual (Wise, 1989) de padrões morfológicos quando comparamos taxonomia fóssil de 250-300 mil espécies com estimativas de 9 a 100 milhões atuais, sugere a idéia de um fenômeno de tipos básicos ancestrais surgidos prontos e a permanência numérica de padrões corporais de uma evolução limitada em torno deles (MPTG). Há uma comunicação muito fluente entre o darwinismo biológico e o modelo SRABVSURCbiológico, onde muitos se valem de descobertas evolutivas, como especiação em tempo real, para se aproximar mais da historicidade de curto período de tempo, e utilizando a radiação recente como justificativa para toda a biodiversidade. A teoria da evolução sintética, mais especificamente atuando no âmbito biológico, que ensina a diferenciação das espécies, neste contexto, tem baixa discórdia entre as classes mais avançadas de SRABUC, sobretudo nos cientistas do movimento de “Baraminologia” (Marsh, 1941; Wise, 1992; Robinson e Cavanaugh, 1998; Frair, 2000; Jerlström, 2000; Wood e Cavanaugh, 2001; Cavanaugh e Wood, 2002; Wood, 2010; Aaron, 2014). Suas discordâncias se concentram mais no âmbito da história geo-paleontológica compreendida entre o cambriano/edicara e pleistoceno e/ou camadas superficiais.
Desde 1941, o modelo SRABVSURCé contrário a ideia de que especiação é sinônimo de “evolução” por meio de estudos relacionados às especiações no campo da Baraminologia (Marsh, 1941; Wise, 1992; Robinson e Cavanaugh, 1998; Frair, 2000; Jerlström, 2000; Wood e Cavanaugh, 2001; Cavanaugh e Wood, 2002; Wood, 2010; Aaron, 2014). O biólogo norte-americano Dr. Frank L. Marsh, um dos fundadores da Creation Research Society foi quem cunhou a palavra "baramin". (Marsh, 1941; Frair, 2000) Ela foi derivada da combinação de duas palavras hebraicas − bara (criado) e min (tipo) – referindo-se a tipos básicos criados (espécies, em versões bíblicas em português) (Frair, 2000).
Em 1990, o paleontólogo catastrofista Kurt Wise observou a necessidade de uma biossistemática SRABVSURC− um método de estudo, nomeação, e classificação de baramin (Wise, 1990; Frair, 2000) ou ancestrais de MPTG como defendemos aqui. O campo científico foi oficialmente denominado como “baraminologia”, que de forma simplista significa o estudo dos baramins ou dos tipos básicos ancestrais. Segundo os pesquisadores Reinhard Junker e Siegfried Scherer,“tipos básicos é uma unidade de classificação, um taxon, resultado do trabalho da descontinuidade sistemática como é observado na natureza” (1996, p.34; Wood et al., 2003). Dito de forma simples, tipos básicos criados variabilizaram ao longo do tempo até chegarem ao que conhecemos hoje como subespécies.
Existem algumas regras falseáveis para se considerar um grupo de espécies como pertencentes a um tipo básico ancestral comum. O Dr. Junker e o Dr. Siegrifield Scherer destacam na 6ª edição alemã do livro Evolução, um livro texto crítico:
“todos os indivíduos que estão unidos direta ou indiretamente por cruzamentos são considerados pertencentes a um tipo básico (nível genético). E todas as espécies biológicas que se se assemelham claramente umas as outras pertencem a um gênero (nível morfológico). E todas as espécies biológicas que em princípio podem cruzar entre si pertencem a um tipo básico (nível morfo-genético)” (Junker e Scherer, 1996, p.34).
Os autores ainda acrescentam que “dois indivíduos pertencem ao mesmo tipo básico quando a embriogênese de um híbrido vai além da fase maternal do desenvolvimento e contem uma expressão coordenada e genes morfogenéticos paternos e maternos” (Junker e Scherer, 1996, p.34). Além disso, os baraminologistas usam uma série de critérios metodológicos de adesão para determinar os limites dos grupos baramins (Robinson, 1997; Wood, 2001; Wood, 2002; Wood, 2005; Cavanaugh e Sternberg, 2004). De modo geral, os métodos mostram espacialmente graus de similaridade e de dissimilaridade entre grupos, e podem revelar informações taxonômicas úteis, distinguindo cada vez mais os fatores que dão probabilidade ou não de parentesco, aumentando assim sua contribuição em biologia aplicada a técnicas de melhoramento genético e estudo do comportamento evolutivo das populações.
A baraminologia, também conhecida como sistemática de descontinuidade, está rapidamente se tornando uma das áreas mais ativas de pesquisa SRABVSURC(Scherer, 1993), e algumas de suas metodologias têm sido aplicadas e testadas até mesmo por pesquisadores ligados ao modelo gradualista geológico de ancestralidade totalmente comum com destaques em periódicos com peer-review (Senter, 2010; Wood, 2011). Como já vimos, sua principal finalidade é determinar quais organismos compartilham um ancestral comum (Frair, 2000). A ideia básica defendida neste campo de pesquisa é a de que há limites nas possibilidades de cruzamento que não podem ser atravessados. Nesse contexto, baraminologistas objetivam encontrar as "descontinuidades" na história de vida, ou os limites da ancestralidade comum (Remine, 1993).
Esse campo de pesquisa ganha ainda mais estímulo frente às evidências atuais mostrando que “especialistas” têm erroneamente classificado algumas espécies dentro de um dado gênero por conta do “desejo” em descobrir o ancestral comum universal (Lopes, 2015). Paleontólogos afirmam que um terço das “espécies” reconhecidas como sendo de dinossauros talvez nem mesmo tenha existido (Horner e Goodwin, 2009). Para eles, essas “espécies” podem não ser espécies separadas, mas estágios juvenis ou subadultos, em desenvolvimento, identificados erroneamente como exemplares de outras espécies. Em artigo publicado na revista Science, por exemplo, Schwartz e Tattersall afirmam que esse milagre da multiplicação da nomenclatura das espécies foi longe demais (Schwartz e Tattersall, 2015).
Vale lembrar que, embora a Baraminologia tenha alcançado resultados promissores, suas conclusões não são definitivas (Wilson, 2010). Por ser um campo recente, mais pesquisas são necessárias e seus métodos e técnicas recém-elaborados devem ser mais bem examinados a fim de legitimar ou não a sua função e utilidade na caixa de ferramentas da ciência.
Tabela 2
Entropia genética na especiação
E o que dizer dos custos causados quando realmente ocorre a especiação? Outro grande dificultador para o modelo gradualista é que ele é neutro em relação à melhora ou piora do processo de especiação, embora assuma que a deriva genética cause perdas de variação genética em populações pequenas. O modelo de muitos ancestrais básicos sepultados num catastrofismo recente (SRABUC), por sua vez, munido da proposta da entropia genética, defende que a especiação resulta na perda de informação genética e na consequente degeneração do genoma devido às adaptações como recursos evasivos, perigosos, desgastantes para as populações (Ariza, 2007; Sanford, 2014; Crabtree, 2013a; Crabtree, 2013b). Outras evidências corroboram o modelo SRABVSURCno sentido de sugerir que essa perda de informação genética devido a mutações deletérias em humanos tenha se dado recentemente, entre 5.000 a 10.000 anos atrás (Fu, 2013).
A entropia na informação genética é cada vez mais evidente em tudo que se observa: na deriva genética, na seleção/eliminação, nas mutações, nas complexidades imunológicas desgastantes, entre outros mecanismos. Em humanos, por exemplo, as estimativas atuais é a de que ocorram entre 100-200 novas mutações por indivíduo a cada geração (Nachman e Crowell, 2000; Dolgin, 2009; Lynch, 2010). Destas, os dados variam entre 1-15% de mutações deletérias que causariam a perda direta de informação genética em humanos a cada geração (Nachman e Crowell, 2000; Lynch, 2010; Eyre-Walker e Keightley, 1999;Shabalina et AL., 2001; Keightley, 2012).
Em relação ao fitness, um estudo publicado em 1997 estimou entre 1-2% a taxa de perda da aptidão humana, ou seja, um custo genético alto que faz com que a humanidade se degenere a cada geração devido o esgotamento dos recursos adaptativos utilizados para manter sua variedade genética (Crow, 1997). Em 2010, por sua vez, outro estudo estimou que a aptidão humana está em declínio em 3-5% por geração (Lynch, 2010). Também, outro estudo simulando numericamente o acúmulo de mutações deletérias, demonstra além de a maior parte das mutações estarem a esquerda, (-0.001), ou seja, tendência de serem deletérias, “mutações ruins”), elas também estão acumulando, em uma zona chamada de “Zona de Não-Seleção”, por serem “quase-neutras” essas mutações vem se acumulando ao longo das gerações causando dezenas de “erros ortográficos” no genoma populacional. (Sanford et al 2008)
Figura 1 - Distribuição simulada do acúmulo e frequência de mutações deletérias ao longo de gerações e seus efeitos na aptidão populacional.
Gráfico em vermelho mostra distribuição natural de mutações onde não ocorre seleção. As colunas em verde, mostram as mutações atuais que estão se acumulando, ou seja, dominantes. Outras colunas são mutações menores, recessivas que vem se acumulando à medida que chegam a zona quase neutra, próxima à 0.0.
O zoólogo holandês Duyvene de Wit descreveu perfeitamente esse processo de empobrecimento genético ao afirmar que:
“quando uma população marginal abre caminho para um novo habitat, ela não pode levar consigo todos os genes da população materna, mas sim apenas parte deles. Cada nova raça ou espécie que se origina de outra possui, portanto, um pool gênico mais pobre. Conseqüentemente, a perda de substância do ‘pool’ gênico é o preço que cada raça ou espécie tem de pagar pelo privilégio de existir. Se o processo de especiação ocorrer repetidas vezes consecutivamente, surgirão por fim, espécies cujos ‘pools’ gênicos estão tão completamente esgotados que bastam alterações insignificantes nas condições ambientais para que elas venham a se extinguir. Esforços para se adaptar a modificações ambientais como resultado de possibilidades insuficientes de recombinação levam, por fim, a um estado genético mínimo. Se este limite mínimo for ultrapassado, não haverá mais possibilidade de sobrevivência. Por essa razão, o destino trágico e irrevogável das espécies ou raças especializadas, extremamente adaptadas, é a morte genética” (Kahle, 1999, p.87; Junker e Scherer, 1996).
Portanto, a proposta SRABVSURCé razoável e se torna cada vez mais corroborada pelos dados científicos ao afirmar que os seres vivos do passado eram mais saudáveis e aptos em relação aos de hoje, sem os defeitos oriundos das adaptações forçadas e das pressões seletivas distintas a fim de que viessem a subsistir. Vale lembrar que sub-especiações, quanto mais verificáveis em tempo real, mais provam a bio-modificação em curto período de tempo, tal como prevê o modelo catastrofista.
Registro fóssil e a ausência de diversificação de espécies
Especiação proporcional ao comportamento biodiferenciador observado está ausente pelo fato de existir apenas cerca de 300.000 tipos fósseis se repetindo dentre as estimativas de trilhões ou inumeráveis amostras, em todos os estratos geológicos até o pleistosceno (Woodmorappe, 2000; Sadava et al., 2009; Loceye Lennon, 2016). Este fato indica a ausência de sequências durante o processo de especiação quando contrastada com as estimativas de 8,7 milhões de espécies vivas atualmente (Mora et al., 2011).
Em outras palavras, a ausência de “diversidade” no registro fóssil revela que as diferenciações ocorrem mais no presente (milhões de espécies) que em toda coluna geológica (centenas de milhares). Este episódio indica um tempo em que os seres vivos não precisavam se sub-especiar (bio-modificar) e se adaptar com frequência pra sobreviver, porque viviam em um ambiente mais propício para a vida.
Evidências recentes apontam que o início da diversificação de alguns gêneros de plantas consideradas “fósseis vivos”, por exemplo, ocorreu ao mesmo tempo ao redor do mundo e em um período muito mais recente do que se supunha, revelando conflitos na proposta gradualista das espécies (Nagalingum et al., 2011). Ademais, foi relatado que essa rápida diversificação teve como causa uma grande mudança climática. Outro exemplo semelhante vem de Ernest Mayr :
“In evolutionary biology we have species like horseshoe crabs. The horseshoe crab goes back in the fossil record over two hundred million years without any major changes. So obviously they have a very invariant genome type, right? Wrong, they don't. Study the genotype of a series of horseshoe crabs and you'll find there's a great deal of genetic variation. How come, in spite of all this genetic variation, they haven't changed at all in over two hundred million years while other members of their ecosystem in which they were living two hundred million years ago are either extinct or have developed into something totally different? Why did the horseshoe crabs not change? That's the kind of question that completely stumps us at the present time.”
Aliás, são vários os motores adaptacionais e modificacionais integrados reconhecidos atualmente. O fato de eles existirem nos seres vivos, nos permite sugerir que as bio-modificações nunca deixaram de existir.
Outro padrão do registro fóssil parece sugerir mais o movimento de segregação e estratificação espontânea que (Dilly et al, 2015: Berthaut, 1986, 1988, 2002, 2004, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014; Lalomov, 2007, 2013; Julien, P.Y, 1993), reproduzem em laboratório . Um deles é o desaparecimento coordenados:
“Desaparecimentos coordenados . Um grande número de espécies fósseis podem desaparecer do registro geológico em um nível estratigráfico específico (ver Figura 3). O desaparecimento nunca está completo, mas existem vários exemplos em que as estimativas indicam que mais de 50% das espécies desaparecem no mesmo nível estratigráfico. 6Os limites entre níveis estratigráficos são frequentemente identificados com base em desaparecimentos coordenados. O maior exemplo disso é o desaparecimento de quase metade das famílias (ver Figura 3) e cerca de 95% de todas as espécies no topo do Paleozoico. Dinossauros e muitos outros grupos de répteis e invertebrados marinhos desaparecem do registro no topo do Mesozóico. Outros exemplos de desaparecimentos coordenados em larga escala ocorrem na parte superior do ordoviciano, perto do topo do Devoniano e do topo do Triássico. O desaparecimento coordenado é um padrão de subtração. Não foram relatadas tendências sustentadas neste padrão”.(Gibson, 1996)
Figura 2- Padrão estratigráfico do número de famílias de invertebrados marinhos representados pelos fósseis em cada nível estratigráfico. (Após Sepkoski 1993, ver Nota 6.)
Nível Estratigráfico: V = Vendian; Cm = Cambriano; O = ordovicêutico; S = Siluriano; D = Devoniano; C = Carbonífero; P = Permiano; Tr = Triássico; J = Jurássico; K = Cretáceo; T = Terciário. Pontos marcados como 1-5 representam as cinco maiores "extinções em massa"
A segregação estratigráfica espontânea de corpos e sedimentos comuns, explica uma certa alternância entre presença de muitos fósseis de uma categoria seguido de falta dela (o que é interpretado como extinção em massa) .
O PMS gera muita necessidade de deduções e modelos modelos matemáticos, simulações macroevolutivas em computadores, entre inumeráveis justificativas, que como esforços , como se referiu o Dr Tamborini em relação a paleontologia idiográfica, "são científicos em um sentido puramente descritivo, mas são completamente inúteis para investigações biológicas. Finalmente” (Tamborini, 2015).
Alegações que em 90% dos 544 milhões de anos totais do Fanerozóico, as bio-modificações se estagnaram, repetindo na coluna geológica as mesmas espécies, e só recentemente nas camadas mais atuais (superiores) é que houve biodiversificação em larga escala (radiação) (Gould, 1981) dão um exemplo de descrições científicas terem maior peso do que os dados em si. Além destas justificativas em relação a PMS, temos gigantesca lista de ad hocs justificadores de claros anacronismos geocronológicos como por exemplo, tecidos moles e suposta inesperada preservação de proteínas de animais fossilizados, datados entre 60-120 Ma; onde os autores em vez de questionarem as intocáveis datações absolutas, resolvem buscar formas de justificar incriveis preservações de frágeis proteínas, outro exemplo vem da propria radiometria datacional , com a presença inesperada de carbono 14 datável em diamantes “incontamináveis” de 300 Ma (Baumgardner, 2005);, e quase uma centena de perspectivas e métodos datacionais , que são deixados na lata do lixo, pela preferência daquilo que combina com o tempo do paradigma geocronológico vigente. Ver TABELA 2.
Figura 3 - Fluxo das interpretações geocronológicas quanto ao PMS, tecidos moles, carbono 14 , onde a geocronologia assumida obriga pesquisadores a fabricarem justificativas ad hoc a direita do que interpretarem o fato em si .
Calcula-se que C14 numa amostra tenha desaparecido totalmente após 100-250 mil anos , já que sua meia vida é de apenas 5730 anos , fato que leva muitos ao dogma de que não se testa coisas supostamente de Ma com C14. No entanto, desafiando esta convenção, foram feitos milhares de testes da equipe do geofísico Dr John Baumgardner no çlaboratorio de Los Álamos, Texas, os quais demonstraram que rochas de 300-500 milhões de anos continham quantificações de teor datável de C14; diante de ad hocs justificando tal anomalia , os críticos recorreram a contaminação, então eles testaram até mesmo em diamantes “incontamináveis” ( a possibilidade de contaminação em diamantes chega a ser desprezível) dando semelhantes resultados e confrontando a geocronologia convencional. (Baumgardner, 2005)
Dr. Tom Kemp, curador das coleções zoológicas do Museu de História Natural da Universidade de Oxford, por exemplo, fez a seguinte admissão: “como é agora bem conhecido, a maioria das espécies fósseis aparecem instantaneamente no registro fóssil, persistem por alguns milhões de anos praticamente inalterados, e apenas desaparecem abruptamente” (Kemp, 1985, p. 67).
Darwin sugeriu que os seres vivos surgiam por evolução gradativa, e esperava que um dia o registro fóssil confirmasse sua predição, porém não foi o que ocorreu: Darwin estava errado. Dia após dia, os inúmeros fósseis escavados por todo o mundo têm refutado a hipótese de mudança gradual em camadas sobrepostas supostamente cronológicas. Ao contrário do que Darwin esperava, os dados recentes revelam padrões de aparecimento súbito (explosões) seguido por longos períodos de pouca mudança.
O famoso paleontólogo evolucionista Niles Eldredge admitiu na revista New Scientist que:
"os paleontólogos desde Darwin têm feito buscas (em grande parte em vão) de sequências de séries graduadas de fósseis que se destacam como exemplos do tipo de transformação global de espécies que Darwin imaginou como o produto natural do processo evolutivo. Poucos viram qualquer razão para duvidar − embora seja um fato surpreendente que [...] a maioria das espécies permanecem reconhecidamente as mesmas, praticamente inalteradas ao longo de sua ocorrência em estratos geológicos de várias idades" (Eldredge, 1986, p.55).
A ausência de fósseis intermediários é demasiado óbvia para os evolucionistas encobrirem por mais tempo. O biólogo evolutivo Dr. David Woodruff da Universidade da Califórnia expressou na revista Science o desapontamento de evolucionistas relativo à ausência no registro fóssil de formas transicionais: "as espécies fósseis permanecem inalteradas durante a maior parte de sua história e o registro não consegue conter um único exemplo de uma transição significativa." (Woodruff, 1980, p.716).
Portanto, diante de tantas admissões, finalmente concordamos com a bióloga evolucionista Lynn Margulis quando diz que:
“não há nenhum gradualismo no registro fóssil. [...] O ‘equilíbrio pontuado’ foi inventado para descrever a descontinuidade no surgimento de novas espécies. [...] Os críticos, [incluindo os críticos SRABUCs], estão certos nas críticas que fazem. [...] Os biólogos evolucionistas acreditam que o padrão evolucionário é uma árvore. Não é!” (Teresi, 2011).
Exemplos de especiação rápida
Existem diversos relatos de surgimento de novas “espécies” em períodos que variam de dezenas há milhares de anos. Segundo essas informações, a especiação é um fenômeno que não necessita de milhões de anos para acontecer. O biólogo norte-americano Dr. James Gibson, Diretor do Instituto de Pesquisa em Geociência (GRI, na sigla em inglês), instituição afiliada à Universidade de Andrews (EUA), mantida pela IASD, descreveu um exemplo de especiação em tempo real: “uma nova espécie de copépode [crustáceos] formou-se no Mar Salton no sul da Califórnia em menos de 30 anos.” (Johnson, 1953; Gibson, 2002).
Estudos diversos têm relatado que apenas entre 10 a 36 anos as populações diferentes de lagartos sofreram alterações morfológicas significativas o suficiente para serem consideradas novas “espécies” (Morrell, 1997;Herrel et al., 2008). Outros exemplos conhecidos de especiação em tempo real incluem bactérias (Shikano et al., 1990), moscas (Huey et al., 2000), tentilhões (Grant e Grant, 2006), rãs (Hoskin et al., 2005), escaravelhos (Halliburton e Gall, 1981) e plantas (Groves e Groves, 1880; Foucaud, 1897; Marchant, 1963).
Dr. Gibson forneceu ainda exemplos de especiação em tempo histórico-arqueológico: “uma população de macacos verdes viveu na ilha de St Kitts no Caribe por menos de 100 anos, mas desenvolveu aspectos morfológicos equivalentes a uma nova espécie.” (Ashton et al., 1979; Gibson, 2002). “O Havaí não tinha bananeiras até cerca de 1000 anos atrás, no entanto há mariposas havaianas nativas que só se alimentam de bananeiras. Estas novas espécies surgiram em menos de 1000 anos.” (Zimmerman, 1960; Gibson, 2002). Diante desses exemplos, Dr. Gibson conclui: “a capacidade de mudanças rápidas está confirmada tanto por experimentação como por observação da natureza” (Gibson, 2002).
Conclusão
Padrões morfológicos em torno do táxon gênero (PMTG) se identificam com fósseis ancestrais básicos sepultados num catastrofismo recente (SRABUC), pois este modelo respeita o fato da especiação rápida observada, que exigiria uma variabilidade proporcional muito grande no registro fóssil, caso representasse a evolução em milhões de anos (PMS), e isto além de não existir tal variação taxonômica, ainda se confirma com estase morfológica, repetição das mesmas espécies e 4229 gêneros de fósseis vivos, quadro este que reflete um sepultamento repentino dos seres vivos do planeta e não uma suposta história evolutiva da vida de Ma. Relatos de especiação na história e arqueologia, capazes de justificar toda biodiversidade em pouco tempo, nos mostram que deveríamos ter muito mais variabilidade no registro fóssil do que há, o que, dado o fato da evolução ser verificada, podemos certificar que não houve tempo para que ela atuasse. A explosão cambriana, a ausência de variabilidade amostral fóssil (estase morfológica fóssil e pobreza taxonômica) e falta de radiação especiativa no registro fóssil (diversificação) até o pleistoceno, nos conta uma história de um período de: 1) surgimento rápido e pronto de formas de vida , 2) permanência morfológica com alto número de espécies em ambiente estável (repetição fóssil sem pressões ambientais evolutivas e adaptativas, e sem grandes catástrofes intercalando tempo), 3) desastre soterrador de população viva evidenciada pelas repetições de mesmas espécies fósseis (o que descaracteriza a pontualidade), 4) presença de diversas espécies diferentes unidas no registro fóssil, fósseis de imensos vertebrados completos continentais(o que caracteriza desastre de grande magnitude e altas taxas de sedimentação), e 5) mudança drástica no ambiente gerando a radiação das espécies (diversificação) nas camadas recentes de forma amostral (fósseis recentes) e nas milhões de espécies na biodiversidade atual. “Enquanto há 200 anos, os naturalistas achavam que havia talvez cinco ou dez mil espécies na Terra, estimativas atuais... coloque o valor em dez ou 20 milhões. Costuma-se supor que a vida nunca tenha sido mais diversificada do que é hoje”. (Benton et al, 2007) Estes pontos levantados, questionam a geocronologia , e não buscam , como muitos de artigos científicos o fazem, justificar com ad hocs as anomalias anacrônicas do que se esperaria encontrar nos fatos paleontológicos, mas destacam inteerpretações mais independentes da geocronologia convencional, sugerindo assim amplo questionamento das datações de alta escala de tempo , chamadas de “absolutas” e em especial, da hipótese uniformitarianista de que nada acelerou o decaimento radioativo envelhecendo rochas durante os supostos bilhões de anos aferidos, que ainda imperam por décadas sobre o pensamento dinâmico e científico moderno, mesmo possuindo talvez centenas de métodos e aperfeiçoamentos para acelerar decaimento radioativo e digamos assim, envelhecer as rochas com voltagens e ambientes que representam uma irrisória comparação com o que ocorreu quando bólidos imensos cairam sobre a terra, onde aproximadamente 99,8% foram apagados pela dinâmica tectônica, marítma , erosiva e sedimentar da terra.
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